#Carnaval2020 - Desequilíbrio entre a Imperatriz e as demais escolas marca o sábado da Série A
Por Leonardo Antan
Depois de uma primeira noite abaixo da expectativa, as escolas da Série A se dividiram de maneira bem delimitadas em diferentes níveis de apresentações. Enquanto algumas escolas sobraram na disputa, outras apresentaram problemas em vários quesitos. Assim como na sexta, a chuva oscilou a noite toda e caiu apenas timidamente em algumas ocasiões, prejudicando pouco os cortejos.
A Acadêmicos do Sossego abriu a noite com uma apresentação irregular. Com um mal desenvolvido enredo sobre Os Tambores de Olokun, a escola teve ainda uma plástica da azul e branco que oscilou durante seu desfile. Se destacou o bom trabalho da bateria do mestre Laion, que manteve a levada corretamente. Logo depois, a Sapucaí levou um grande sacode com a surpreendente apresentação da Inocentes de Belford Roxo. Depois de vários anos com desfiles mornos, a tricolor empolgou a plateia numa simpática homenagem a jogadora Marta. O samba chiclete foi entoado com empolgação, além de um criativo e competente trabalho nos aspectos visuais do talentoso Jorge Caribé.
A noite seguiu com a Bangu, mais uma apresentação marcada por problemas no grupo. Com um enredo inexpressivo e batido sobre a África, a escola apresentou um conjunto alegórico fraco e onde se repetiram grandiosas esculturas mal-acabadas. A bateria do mestre Capoeira foi um quesito que destacou na vermelho e branco, uma pegada forte e uso de atabaques. O nível voltou a subir com a correta apresentação da Santa Cruz. Com um enredo leve sobre a cultura nordestina, o carnavalesco Cahê Rodrigues conseguiu construir um interessante conjunto alegórico que foi prejudicado apenas pelos erros de evolução da verde e branco da Zona Oeste.
O meu sonho de ser feliz, vem de lá... Depois de uma longa estadia no grupo especial, a Imperatriz Leopoldinense voltou a reencontrar sua boa forma em uma apresentação quase irretocável. Apesar de pequenos defeitos em alegorias, a escola fez um belíssimo desfile que contou com o já conhecido bom-gosto do bicampeão Leandro Vieira. A escola de Ramos sobrou na pista em comparação com todas as outras apresentações.
Sem deixar o nível cair, a Unidos de Padre Miguel provou sua força mais uma vez. A escola com o enredo sobre a capoeira teve um trabalho plástico inspirado, mas cometeu pequenos deslizes que a afastam de uma briga pelo título. O samba-enredo da vermelho e branco também deixou a desejar e é outro quesito onde ela pode perder décimos. Encerrando a noite, o Império da Tijuca fez um belo enredo sobre edução. O trabalho estético oscilou entre excelentes alegorias e fantasias mais fracas, que prejudicaram a força da escola, assim como seu samba-enredo burocrático.
Após um ano de superação, as escolas de samba da Série A se dividiram em grupos bem definidos daquelas que brigam pelo rebaixamento, o meio da tabela e o campeonato. Mostrando assim uma disputa desequilibrada e problemática. Apesar disso, a importância da resistência dessas agremiações é vital para manutenção da arte carnavalesca.