Por Redação Carnavalize

Dada a largada oficial na temporada 2020 dos desfiles, a Vigário Geral, recém-subida da Série B, abriu os trabalhos e levou à Sapucaí o enredo “O Conto do Vigário”, desenvolvido pela comissão de carnaval da escola. 

A comissão de frente fez uma apresentação muito simpática, passando a mensagem de que um povo que não conhece seu passado está fadado a repeti-lo e cair novamente no “conto do vigário”. O grupo se mostrou bem ensaiado e executou a coreografia corretamente, apesar de ligeiros momentos sem tanta sincroniza. O experiente casal paulista de mestre-sala e porta-bandeira, Pingo e Paulinha, em sua estreia no carnaval carioca se mostrou cauteloso pela pista molhada e fez uma apresentação apenas regular, sem movimentos tão seguros. 

As alegorias seguiram uma linearidade e propiciaram fácil leitura. Notou-se, no entanto, problemas de acabamento nas esculturas, que careciam de maior cuidado. O destaque foi para o elemento cenográfico que trouxe o palhaço Bozo trajando faixa presidencial e fazendo sinal de “arminha” com a mão, uma clara crítica a Bolsonaro. 

Passeando pelas farsas de um paraíso chamado Brasil que impediram o país de “levar a melhor”, o enredo se mostrou simples e até mesmo um pouco batido, mas sem erros e bem desenvolvido apesar da simplicidade. O conjunto de fantasias da escola foi a grata surpresa e grande destaque do desfile. Muito honestas e vibrantes, o trabalho cromático do primeiro setor merece elogios. 

A bateria do mestre Luygui, a Swing Puro, fez bossas grandes e a escola não sustentava bem o canto, mas fez um bonito trabalho. A evolução apresentou altos e baixos e harmonia soou morna, mas foi impulsionada pelo samba leve e jocoso conduzido por Tem-Tem Jr. 

A escola briga pela permanência no grupo, mas apresentou um desfile bem melhor do que o esperado no pré-carnaval.