#CARNAVAL2020 - Disputa acirrada pelo título em apresentações regulares marcam a segunda-feira de desfiles
Por Leonardo Antan
Chegaram ao fim os treze desfiles do grupo especial carioca e o que se viu foi uma das brigas mais regulares e disputadas da história do carnaval. Apresentando trabalhos primorosos em aspectos plásticos e musicais, diversas escolas se colocaram na briga pelas primeiras posições, cada uma apresentando erros e acertos em seus vários quesitos. No geral, nenhuma agremiação fez um desfile arrebatador e que saiu na frente como a possível campeã de modo inânime.
A noite começou num delicioso alívio cômico, a São Clemente apresentou as vigarices brasileiro num excelente e criativo trabalho plástico de Jorge Silveira. O artista devolveu a identidade irreverente e crítico da preta e amarela num excelente trabalho em enredo, alegorias e fantasias. Apesar disso, a agremiação não incorporou o bom-humor proposto e passou de modo frio na pista, falhando em harmonia e evolução. De uma crítica mais incisiva vamos a um desfile despolitizado e que cantou Brasília de modo burocrático. A Vila Isabel fez uma fábula brasileira que passou pelos cantos do país para chegar na construção de nossa capital, a azul e branco apresentou um trabalho com bastante bom-gosto e requinte de Edson Pereira, se destacando ainda em harmonia e bateria. Com poucas falhas, a escola se firma como uma das principais favoritas.
O Salgueiro homenageou o palhaço Benjamin de Oliveira e trouxe o universo circense para a Avenida. Logo no início, uma emocionante e bem executada comissão de frente encantou a plateia. O desfile apostou em mergulhar em elementos da cultura circense e trazer menos a figura do homenageado, que acabou apagado no desenvolvimento do enredo. O trabalho plástico de Alex de Souza foi mais tradicional e não apresentou grandes soluções estéticas, os quesitos mais problemáticos da escola foram evolução e seu samba-enredo. Permanecendo na região tijucana, saímos do morro salgueirense para o Borel. A azul e amarela reencontrou Paulo Barros em seu desfile, mas o bem-sucedido casamento de outrora não teve o mesmo brilho. Em uma plástica irregular e fraca, a escola teve ainda problemas em enredo e Comissão de Frente, que se mostraram confusos e mal desenvolvidos. O destaque positivo vai para o samba-enredo bem cantado por Wantuir, a bateria Pura Cadência e o bom trabalho de fantasias desenvolvidos por Marcus Paulo.
Salve a Mocidade! A estrela da Zona Oeste enfim cruzou a pista homenageando Elza Soares, uma baluarte estelar da agremiação. O enredo muito bem conduzido por Jack Vasconcelos apostou numa linguagem mais tradicional com fantasias emplumadas e alegorias que apostaram em imagens de fácil leitura. A apresentação emocionante foi bem ainda em bateria e harmonia, mas um dos poucos quesitos que apresentaram problemas foi o casal de mestre-sala e porta-bandeira, contratados há poucos da festa, eles não demostraram tanta sintonia. Para encerrar a noite, a Beija-Flor fez um belo reencontro com sua estética opulenta e volumosa de antigos carnavais. O enredo, que mais uma vez passeou pela história da huminidade deixou a desejar, mas a agremiação teve um trabalho plástico de altos e baixos. A escola teve problemas graves de evolução, com um enorme contingente, ela correu para sua apresentação e abriu diversos clarões sobre a pista.
Ganha aqui, tira aqui. De todas as escolas que passaram pela Avenida e se credenciaram pela briga das primeiras posições, cada uma apresentou seus erros e acertos na disputa. É um carnaval disputado e de alto nível que vimos este ano. Vamos conferir o que nos reserva a apuração.
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