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Quem é quem na disputa do Carnaval de São Paulo em 2017

by - fevereiro 24, 2017



Nos últimos anos, o panorama do Carnaval da capital paulista tem mudado. O domínio absoluto do trio Vai-Vai, Rosas e Mocidade já não existem mais. Em 2016, o pódio foi formado por Império, Tatuapé e Mocidade, sendo que a última terminou em terceiro, o que comprova essa mudança. Para 2017, o panorama mostra escolas emergentes sonhando com o primeiro título, tentativa de bi e velha favorita buscando manter a hegemonia. Confira quem são as principais favoritas abaixo:



Dragões da Real – A caçula do Grupo Especial vai contar na avenida a história da música Asa Branca que completa 70 anos no ano de 2017. Com um visual de qualidade nos últimos anos, a escola tricolor vem passo a passo buscando chegar ao inédito título. Ao contrário dos últimos anos, neste ano, a escola conta com um dos melhores sambas da safra. Será isso que estava faltando pra estrela chegar?

Unidos de Vila Maria – A escola do Jardim Japão após uma leve queda entre 2013-2015 ressurgiu com força em 2016 e agora vem firme na busca pelo título de 2017. Para reforçar seu time, a escola tirou da Mocidade Alegre o carnavalesco multicampeão Sidnei França. Além disso, a escola conta com o enredo sobre os 300 anos de Nossa Senhora da Aparecida. Com Sidnei França e um enredo sobre a fé, é difícil tirar a escola da Zona Norte do páreo.

Império de Casa Verde – A Casa Verde vem buscando o sonho do bicampeonato com um enredo sobre a paz que tem tudo para propiciar mais um show de Jorge Freitas. Com uma comunidade afiada, um visual de impacto e uma bateria que é das melhores do país. É muito complicado não acreditar que o Império não esteja entre as principais favoritas ao caneco.

Vai-Vai – A Escola do Povo costuma ser candidata ao título independentemente da situação, mas em 2017, com o grande samba do ano, a Saracura entra em outro patamar no Anhembi. Com sua tradicional força no chão e a volta do vitorioso carnavalesco Alexandre Louzada (responsável pelos dois últimos títulos da escola), o povo do Bixiga fecha o grupo das principais favoritas ao título.




Mas além da briga pelo título, há outras escolas. Abaixo desse grupo vêm as escolas que tem possibilidade de voltar no desfile das campeãs. Esse grupo é formado por quatro escolas:

Rosas de Ouro – Após o 11°lugar de 2016, a Roseira resolveu sacudir a poeira na busca da volta por cima. Para isso, começou trocando o carnavalesco. André Machado, de reconhecido talento, chegou pra vaga de André Cezari. Para comandar o carro de som, outra troca. Royce do Cavaco, após 23 anos, volta a azul e rosa no lugar de Darlan que era intérprete desde 2006. Com todas essas mudanças e o enredo sobre os banquetes, a Roseira busca surpreender e voltar ao grupo das melhores da cidade.

Acadêmicos do Tucuruvi – A Acadêmicos do Tucuruvi faz parte do grupo de escolas mais regulares do Carnaval de São Paulo nos últimos anos. Com bons visuais e enredo de muita qualidade, a azul e branco da Cantareira chegou a se colocar como força emergente recentemente, mas perdeu força em 2016 com o 10°lugar obtido. Para 2017, a escola contará o enredo sobre os artistas de rua que promete um visual impactante e de alto nível como vendo sem tradicional na escola. Por tudo isso, é impossível não colocar a comunidade da Zona Norte na briga por uma vaga no desfile da Sexta das campeãs.

Acadêmicos do Tatuapé – A escola da Zona Leste após o melhor resultado de toda a sua história vem com muita Africanidade em busca do sonho de conquistar a taça. Com um belíssimo samba, a escola aposta no chão e na renovação de seu visual para chegar nesse objetivo. Flávio Campello, estreante na escola, será o carnavalesco e terá a missão de superar Mauro Xuxa que deixou a escola após cinco anos. Se na parte plástica a escola conta com mudança, na parte musical, tudo segue igual. Celsinho, melhor intérprete do Carnaval em 2016, segue no comando do carro de som. Por tudo isso é certo de que o desfile da azul e branco promete, mas num Carnaval de alto nível, a briga por uma vaga na Sexta das campeãs parece ser uma ideia mais factível que o sonho do título.

Mocidade Alegre – A grande campeã do século parece ter perdido força em relação a outros carnavais. Após o 3°lugar de 2016, a escola viu Sidnei França rumar para a Vila Maria e o repôs com uma comissão de Carnaval formada por quatro pessoas, entre elas, o atual carnavalesco campeão do Grupo Especial do Rio, Leandro Vieira. Mas o que impacta os sonhos da Mocidade Alegre no ano de seu cinqüentenário é a ordem de desfile. A escola do bairro do Limão será a segunda adentrar o Anhembi na Sexta de Carnaval. Se quiser sonhar com algo dourado em seu Jubileu de Ouro é preciso driblar as adversidades. Conseguirá?




Ali no meio da tabela, aparecem três escolas que não parecem muito cotadas para voltar entre as campeãs e nem para disputar a queda ao Grupo de Acesso.

Gaviões da Fiel – A Torcida que Samba vem inegavelmente num processo de reconstrução. Ao longo dos anos, a escola perdeu a força que a transformou numa potência no início do século, entretanto, desde a volta de Zilkson Reis ao comando da parte plástica da escola em 2014, a alvinegra construiu uma lenta melhora. Ainda sim, em 2016, o sétimo lugar foi pouco comemorado pelos lados do Bom Retiro. Para 2017, a escola aposta num enredo de forte empatia com a população paulistana para manter a evolução. Pesam negativamente o samba de pouco apelo popular e a evolução que tem históricos problemas. Se conseguir driblar isso, os Gaviões podem sonhar com algo mais com a zona do Limbo.

Águia de Ouro – O que faz aqui uma escola com ótimos resultados recentes? Como desprezar uma escola que perdeu o título na cronometragem a menos de quatro anos? Tudo isso é explicado ouvindo o “belíssimo” samba da escola da Pompeia. Com um enredo sobre a defesa dos animais em especial os cães, a azul e branco da Zona Oeste decepcionou no samba. Mas nada disso abala a forte comunidade da escola que canta firme e luta para que a escola consiga o melhor resultado possível. Resta saber qual será o Águia de Ouro que veremos no Anhembi. O trash do samba ou o forte e firme do chão. 

Nenê de Vila Matilde – A Águia Guerreira vem em baixa nos últimos anos. Desde 2004, a escola da Zona Leste não consegue voltar nas campeãs pelo Grupo Especial. A azul e branco não parece que quebrará essa escrita em 2017. Com um enredo CEP sobre Curitiba e um samba de qualidade média, a escola parece longe de boas perspectivas. Por outro lado, o bom carnavalesco Alex Fão, estreante na escola, e o chão de tradicional qualidade são pontos que credenciam ao sucesso.



Já na briga para as posições que ninguém quer ter, existem três escolas mais cotadas. São elas:

Mancha Verde – Após vencer o Grupo de Acesso em 2016, a alviverde vem em busca da permanência no seleto grupo das melhores escolas da cidade. Cantando a histórias do Zés mais conhecidos do Brasil, a escola aposta na força plástica que contará com um belíssimo aporte financeiro de patrocinadores. No comando do carro de som, Freddy Vianna vai para o seu sexto ano. Com a força do chão e boa plástica, a Mancha conta com menos rigor dos jurados para conseguir permanecer na elite.

Tom Maior – De volta ao Grupo Especial, a escola do Sumaré aposta em Elba Ramalho e na capacidade de sua bateria para permanecer na elite. A vermelho e amarelo conta com algumas novidades. Bruno Ribas assume o posto deixado por Renê Sobral no comando do carro de som da escola. Além disso, Robson Bernardino assumiu o comando da Comissão de Frente da escola. Reforços que se somam ao carnavalesco Cebola no objetivo da permanência. Resta saber se o objetivo será alcançado na terça-feira.

Unidos do Peruche – Após subir em 2015 e permanecer em 2016, a Filial do Samba busca se estabelecer no grupo de elite em 2017. Com o enredo sobre a cidade de Salvador, a escola da Zona Norte aposta na simplicidade e na beleza de suas alegorias para conseguir seu objetivo. Com um dos grandes sambas da safra, a escola tem também na força de seu chão mais um trunfo para fazer um bom desfile. Resta saber se os problemas em fantasias e evolução que quase causaram o rebaixamento em 2016 serão resolvidos.


Com tudo que foi exposto acima, fica impossível não estar ansioso para o que acontecerá no Anhembi nas madrugadas de Sexta para Sábado e de Sábado para Domingo. O Carnaval 2017 promete!

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1 Comments

  1. Mocidade briga e muito pelo título. Posição de desfile não quer dizer muito no carnaval de SP. Rosas pegou vices sendo a segunda a desfilar e em 2006 foi a primeira e só não foi campeão pq a bateria atravessou. E a Tucuruvi é candidatíssima a cair, acho a até que mais que essas que vc colocou aí.

    Se me permite uma crítica, acho que carnaval de SP não se analisa considerando os anos anteriores como o carnaval do RJ e os exemplos pra isso são muitos: Águia de ouro saiu de uma quase queda pro "título" no ano seguinte, Tatuapé, Império de 2015 pra 2016, Rosas no exemplo contrário.

    Sobre minha escola (Águia de ouro): acho a mesma coisa que todo mundo acha do samba mas acho tbm que isso foi canalizador de críticas exacerbadas com relação a todo o resto do projeto da escola. Fantasias e alegorias eu não gostei mas é foda opinar fora da avenida e temos que ter em mente que a escola se propôs a não usar nada de origem animal na confecção. Quem acompanha o carnaval está acostumado com um "modus operandi" com relação a fantasias e alegorias e a escola este ano vai mudar isso. Não espero campeãs nem título mas conhecendo o mínimo de samba que conheço e depois de ter acompanhado os ensaios técnico eu acho que estamos LONGE de cair ( o que parece ser a opinião geral no mundo do samba "o Águia vai cair").

    É isso

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