FINALMENTE, CHEGOU O CARNAVAL! Depois de dois longos anos de espera, muitos adiamentos, estamos nos preparando para pisar novamente na nossa amada Marquês de Sapucaí! E, já que os desfiles tão de volta, nossas famosas "previsões" não podiam ficar de fora!

Búzios e patuás na mão? Pedindo as bençãos aos nosso orixás, vamos dar a melhor combinação de palpites com bom-humor para aliviar a TPC. Errar ou acertar? A gente nunca sabe como prever, mas a torcida é que as escolas do especial surpreendam numa disputa para lá de acirrada!

Quem sobe? E quem desce? E o grupo da meíuca? Vem com a gente descobrir mais sobre os cortejos da divisão do Especial do Carnaval carioca, que serão realizados nos próximos dias 20 e 21, quarta e quinta-feira dessa semana.

No geral: A Mangueira fica ainda mais charmosa quando fala de si mesma, logo, a escolha pro carnaval de 2022 foi olhar para sua gente, o próprio morro, e exaltar 3 figuras representativas de todo mangueirense: Cartola, Jamelão e Delegado. Muito aguardados, os desfiles da escola sempre têm galgado boas colocações e voltam nas campeãs, mas oscilam na disputa direta pela ponta de cima da tabela. 

Perdeu décimos: Não custa nada provocar e relembrar que, no último ano, ela ocupou o 6º lugar. Sem grandes alterações na equipe, a verde e rosa vem conseguindo, ao que parece, distorcer os narizes dos mais arredios ao seu samba, compensando com a promessa de um desfile cativante. Apesar da dança do quadrado das rimas que formam a letra do samba, o mangueirense quer é que a escola se arredonde pra quicar na Avenida, algo que pareceu muito possível no ensaio técnico da agremiação, mesmo sob chuva muito forte no momento da sua passagem. 

Pontos extras: Mesmo que ainda tenha um samba menos aclamado esse ano, a campeã segue com seu time afiado. Do experiente e premiado Casal Segredo, Rodrigo Negri e Priscilla Mota, até o outro casal que defende seu pavilhão, a verde e rosa possui uma equipe que pode garantir boas notas. 

Barracão tour: E falando em boas notas, o talento de Leandro Vieira e seu habitual bom-gosto são, sem dúvidas, uma arma importante. Neste ano, o artista quer mergulhar na “cafonice” de um verde e rosa derramado. Nada melhor para emocionar os mangueirenses, né não? 

No geral: A escola mais regular da década chegou! Desde 2008, a Academia do Samba frequenta o sábado das campeãs e, por muito pouco, deixou escapar alguns títulos. Unindo duas vocações da alvirrubra, negritude e carioquice, o enredo vai mergulhar na cultura negra na cidade do Rio de Janeiro e nas diversas formas de resistência cultural que a cidade vivenciou desde a escravidão.

Pontos extras: Se a madrinha tem um time bastante regular, a afilhada também não fica atrás! A Academia tem um time de primeira, com um dos grandes casais do grupo especial, excelente bateria e aposta na chegada do renomado coreógrafo Patrick Carvalho para rechear ainda mais seu quadro técnico. 

Perdeu décimos: Nos últimos anos, o enredo tem sido um problema para a Academia. O desenvolvimento de suas narrativas deixaram a desejar, por diversos motivos. Resta saber como será a condução este ano, que conta com o importante auxílio da professora Dra. Helena Theodoro. 

Barracão Tour: Alex de Souza tem um trabalho com assinatura requintada, que garantiu bons pontos no seu quesito, apesar das críticas ao enredo do último ano. A aposta do artista está em alegorias cenográficas e com diferentes linguagens, passeando desde uma estética clássica até as luzes tecnológicas de um baile charme de Madureira. O Salgueiro, quando é favorito durante o pré-carnaval, sempre acaba tropeçando em algum lugar. Esse ano que ele está menos falado, será que tem mais chances de surpreender?

No geral: Há mais de dez anos no especial, a São Clemente sempre vive um carnaval decisivo e cheio de expectativas. Para esse ano, a escola viveu momentos conturbados no pré-carnaval, houve até uma mudança de enredo neste longo período entre os dois carnavais. Saiu a proposta afro “Ubuntu” para entrar uma homenagem ao ator e humorista Paulo Gustavo, que nos deixou precocemente.

Pontos extras: Dito isso, justamente a escolha do enredo pode ser seu grande trunfo! A expectativa é de uma comunicação da escola com o público, através da obra de um humorista super popular no nosso país. Além disso, ano a ano, a Fiel Bateria sempre garante notas boas.

Perdeu décimos:  Em compensação, a preto e amarelo sempre perde alguns décimos e não são poucos! Uma escola que parece não saber muito bem cruzar a pista, harmonia e evolução são eternos calcanhares de Aquiles no caminho.

Barracão Tour: Nos últimos anos, ela sempre foi destaque no visual com o trabalho do Jorge Silveira. Para esse ano, promoveu o aderecista Thiago Martins para carnavalesco, que vai estrear na função. Tudo que se viu de fantasias e alegorias se destaca por um colorido vibrante, além de uma linguagem mais jocosa,  como pede o enredo. 

No geral: A atual campeã chega com pinta de favorita para um possível bicampeonato! Mais uma vez cheia da grana e com uma excelente administração, é impossível não ter muitas expectativas para a alvirrubra. O enredo irá celebrar o carnaval de 1919, que aconteceu após a pandemia da gripe espanhola, traçando paralelos com o nosso momento atual. 

Pontos extras: A equipe da vermelho e branco segue redonda, com nenhuma alteração após sua vitória. A sintonia entre o intérprete e a bateria tem sido um dos trunfos para uma ótima harmonia da agremiação, que conta ainda com uma comunidade inflamada e sempre com o samba na ponta da língua.

Perdeu décimos: Perder? Nem vem! A Viradouro não quer perder décimo nenhum! Mas na última folia, o único quesito que não levou nenhuma nota máxima foi o de Alegoria e Adereços, por uma alegoria que passou apagada em alguns módulos. Torcer pra tudo funcionar esse ano!

Barracão Tour: Muita opulência, sim! A alvirrubra está adiantada e com vários carros já finalizados há algum tempo no seu barracão. No ano passado, o visual apostou em alegorias com cores metálicas e grandes volumes, mesmo que tenha dividido opiniões. 

No geral: Lá vem pedrada! A azul e branco parece ter deixado para trás qualquer crise que tenha vivido nos últimos anos e chega com força para esse ano. Voltando às suas raízes negras ancestrais, a promessa é de uma narrativa potente e provocadora, que irá promover artistas e intelectuais negros de forma decolonial e afrocentrada. 

Pontos extras: A escola tem a equipe mais regular do carnaval, apoiada em grandes nomes e tradicionais da festa. Embalada por uma letra de samba forte, a comunidade invocada da azul e branco tem todos os elementos para entregar um ótimo trabalho na Pista. 

Perdeu décimos: Os enredos foram um dos grandes problemas da Beija-Flor na última década, a escola não gabarita o quesito desde 2015. Ao longo do pré-carnaval, a escola vem promovendo e gerando importantes debates sobre a sua narrativa, mostrando que tem feito o seu dever de casa para resolver esse problema.

Barracão Tour: Outra questão dos últimos anos da Beija-Flor foi a sua plástica, que deixou a desejar seja em concepção ou acabamento. Louzada continua na escola, trazendo sua assinatura de luxo e sofisticação, contando dessa vez com o apoio de André Rodrigues. A promessa é o retorno de uma escola mais opulenta, sustentada em signos negros e de forte comunicação popular. 

No geral: A Tuiuti segue também para um ano decisivo. Após um desfile mais morno, a escola aposta na grife Paulo Barros, após um carnaval difícil do astro na Tijuca. Assim como a maioria, a aposta é num enredo de valorização da negritude, familiar para o bairro de São Cristóvão, mas inédito na carreira do artista.  

Pontos extras: A escola tem um ótimo samba e um trabalho irretocável do mestre Marcão, que assumiu a Supersom para esta folia. O time, cheio de novidades, conta ainda com a premiada coreógrafa Cláudia Mota e um casal de talentos para defender seu pavilhão.

Perdeu décimos: A harmonia e evolução têm sidos problemas, mas a escola tem um forte poder comunicativo. No ensaio técnico, a agremiação mostrou uma forte comunicação com o público, o que pode ajudar a aquecer uma pista ainda fria.

Barracão Tour: Muitos truques de parques de diversão? Paulo Barros deve seguir apostando no seu estilo tradicional de alegorias, mas será que elas ainda são o suficiente para garantir um bom carnaval? A fórmula do artista tem mostrado cansaço ano a ano, sem tanta comunicação com o público como nos últimos anos. O trunfo pode ser a estética mais “afro”, que Paulo não explorou em outras oportunidades.

No geral: A Portela volta a desfilar no segundo dia de desfiles e chega com algumas dúvidas na pista. No último ano, o cortejo indígena da Águia agradou bastante gente, mas não voltou nas campeãs, algo considerado injusto. O casal Renato e Márcia Lage segue no comando artístico, dando um enredo “afro” que não vinha há 50 anos. 

Pontos extras: Nos últimos anos, a Portela se tornou uma das escolas que melhor evoluí na pista, com excelente desempenho em harmonia e evolução, como foi visto no seu ensaio técnico. O experiente Nilo Sérgio também se destacou no treino, com um ótimo trabalho junto aos seus ritmistas. 

Perdeu décimos: A escola não gabarita Comissão de Frente desde 2001 e também enfrentou problemas no casal de mestre-sala e porta-bandeira. A cabeça da escola pode ser decisiva para uma boa posição. Outro senão esse ano é o samba-enredo da agremiação, que vem gerando discussão desde sua escolha, mas que tem ganhando mais “corpo” nos ensaios da Águia.  

Barracão Tour: A assinatura do mago Renato Lage, sem dúvidas, é um diferencial da escola, ainda mais considerando sua experiência de enredos afro no Salgueiro. Ter um enredo afro nas mãos do artista é a certeza de um bom trabalho plástico. De tudo que circulou de barracão, vimos uma assinatura inspirada d casal.

No geral: Após um terceiro lugar, a Mocidade foi uma das escolas mais faladas no pré-carnaval, congraçando um incrível trabalho nas suas redes sociais e a força deu seu samba, que tem areretizado todo mundo! Sob as bênçãos de Oxóssi, a Estrela chega com boas credenciais na briga. 

Pontos extras: Com um grande samba, a escola tem nas mãos uma comunidade impulsionada e cheia de garra. A escola vive um grande momento, com um enredo com muita identificação com a sua história e que presta belas homenagens aos baluartes da alviverde. 

Perdeu décimos: Nos últimos anos, décimos preciosos são perdidos em fantasias e outros quesitos visuais, o que pode complicar a vida da verde e branco na busca por posições mais nobres na tabela… O que nos leva ao próximo tópico!

Barracão Tour: Nos últimos anos, o barracão da escola é o que tem tirado as melhores posições de Padre Miguel. Quesitos plásticos têm sido o impeditivo da escola em buscar algo melhor na tabela, em fantasias e alegorias. Nesse sentido, a aposta é em Fábio Ricardo, carnavalesco experiente e que já demonstrou seu talento algumas vezes. Resta saber se terá oportunidades de desenvolver um bom trabalho. Afinal, como equilibrar a garantia de boas notas em quesitos musicais e a perda nos quesitos plásticos?

No geral: A Tijuca vem bastante renovada para esse carnaval! Após uma má colocação em 2020, a escola mudou quase todo o seu time, deixando apenas o mestre Casagrande, que há anos comanda um trabalho de excelência na Pura Cadência.

Pontos extras: Um carro de som redondo, que conta com o talentosos Wantuir e a maravilhosa Wictória, conduzido por um samba valente e cheio de poesia. Nos demais quesitos, se somam o novo casal formado por Denadir Garcia e Phelipe Lemos.

Perdeu décimos: Outra novidade é a Comissão de Frente que será comanda por Sérgio Lobato, coreógrafo experiente no Carnaval, mas que oscila bastante em seus trabalhos. Após um ótimo ano Salgueiro em 2020, resta saber o que artista preparou para esse ano.

Barracão Tour: Tudo que envolve o carnaval da Tijuca nos aspectos visuais gera debate e controvérsia, Jack aposta num estilo mais duro e sem muitos detalhes, que desagrada alguns. Ainda assim, não deixa de ser um dos melhores enredistas da festa. É bonito o olhar que ele lança para a história da Borel, numa narrativa indígena que se inspira no trabalho de Oswaldo Jardim, icônico carnavalesco da agremiação.

No geral: Após perder o seu título por muito pouco, a Grande Rio evoca a força transformada de Exú para seguir um trabalho bastante elogiado. Desde 2020, a tricolor teve uma mudança completa em seu time e nos seus carnavais. Não mais simplesmente a escola dos famosos, ela conta com o talento de Boraddad e uma equipe completa nos demais quesitos que colocam novamente na disputa pelo título. 

Pontos extras: Time redondo é com a tricolor da Baixada, da Comissão à bateria. A escola apostou em pratas da casa que deram certo, como o casal Daniel e Taciana, que vem despontando e se destacando com um trabalho de excelência. Além deles, a bateria de Mestre Fafá e a comissão assinada pelo casal Hélio e Beth Beijani também são garantias de bons resultados. 

Perdeu décimos: A maldita curva! É reza pra todo orixá para que os caminhos se abram e a Grande Rio coloque todos seus carros na pista sem sustos, conseguindo evoluir com tranquilidade e fluidez. Foi justamente nesse quesito que ela deixou escapar o título da folia anterior.

Baracão Tour: De lixão a muito bordado, o estilo da escola deve variar bastante a cada setor. Os carnavalescos preparam um barracão grandioso, com uma estética ousada e que bebe em diferentes referências artísticas. Sem dúvidas, é um dos trabalhos plásticos mais esperados da festa. 

No geral: A cada ano, as escolas têm realizado enredos muito esperados por suas comunidades. Foi assim na Portela e Salgueiro, em 2019, e, na Mocidade, ao louvar Elza, em 2020. Agora, a agremiação do povo de Noel realiza o sonho de homenagear seu maior baluarte: o gênio Martinho da Vila. 

Pontos extras: Encerrando a folia, mesma posição do seu último título, a Vila configura uma série de fatores que poderiam fazer dela uma favorita da festa: homenagear seu ídolo, uma ótima bateria e uma comunidade feliz. Tudo isso pode garantir uma ótima comunicação. 

Perdeu décimos: Uma das trocas da equipe da azul e branco para essa folia, foi em Comissão de Frente. Saiu Patrick Carvalho e entrou Márcio Moura, nome experiente, mas um histórico menos garantido de notas dez. Ainda sim, o artista pode surpreender e investir na emoção para conquistar os jurados.

Barracão Tour: Edson Pereira segue para seu terceiro desfile na azul e branco, sempre apostando em alegorias gigantescas e formas opulentas. Nos últimos carnavais, gigantescos abre-alas encheram os olhos do público, mas ao longo dos setores, o trabalho visual ia perdendo a potência. Será que o efeito vai se repetir?