#BOLOEGUARANÁ: De volta à Intendente Magalhães, Acadêmicos da Rocinha completa 32 anos
Fundada a partir da fusão de 3 blocos carnavalescos que agitavam uma das maiores favelas da América Latina, a Acadêmicos da Rocinha completa hoje 32 anos um tanto distante de seus melhores momentos. Com o último lugar no desfile da Série em 2020, a escola vai desfilar na Intendente Magalhães no próximo ano e precisará se reconstruir, tal como já fez em outras momentos.
Assim como outras escolas cariocas, a Rocinha teve uma ascensão fulminante em seu começo. Com a participação do consagrado carnavalesco Joãosinho Trinta em seus primeiros desfiles, a agremiação foi logo campeã de grupos inferiores em 1989, 1990 e 1991, chegando ao Grupo A (nome da segunda divisão à época) em 1992. Depois de se estabilizar no grupo, a escola foi vice-campeã do carnaval de 1996 e conquistou o direito de desfilar entre as maiores do carnaval em 1997.
Abertura da útlima passagem da Rocinha no Grupo Especial, em 2006. Foto: reprodução Liesa. |
Na sua estreia no Grupo Especial, a Rocinha optou por um enredo polêmico: a escola se aproveitou do fim da proibição de temas estrangeiros para os enredos e trouxe para o desfile o universo infantil dos parques da Disney, com A Viagem Fantástica do Zé Carioca à Disney.
Ainda que não tenha sido eliminada tal qual a Vizinha Faladeira em 1939
(quando a agremiação da Zona Portuária apresentou o enredo Branca de Neve e os sete anões
e foi desclassificada devido ao regulamento da época), a Rocinha não
foi bem em seu cortejo e acabou ficando em último lugar, voltando para o
Grupo A.
Nos
anos seguintes, a escola alternou bons e maus desfiles, chegando a
desfilar pelo Grupo B em algumas ocasiões. Em 2006 desfilou novamente
pelo Grupo Especial, tendo novamente ficado em último lugar, voltando ao
Grupo A.
Desde
então, a escola obteve sua melhor colocação em 2017, com um 6º lugar. É
deste ano também o enredo da escola que mais chamou atenção, com a
homenagem a Viriato Ferreira, um importante personagem do carnaval
carioca. Viriato foi importantíssimo figurinista de carnavalescos como
Rosa Magalhães, na Imperatriz, e Joãosinho
Trinta, na Beija-Flor, por onde assinou as roupas de Ratos e Urubus, em
1989. Como carnavalesco, Viriato desenvolveu trabalhos na Portela (com
destaque para o título de 1980), Santa Cruz e Imperatriz Leopoldinense.
O belo desfile da Rocinha, em 2017, em homenagem a Viriato Ferreira. Foto: Fat Press / Liesa. |
Nesses
últimos anos, a Rocinha também foi celeiro de carnavalescos que hoje
estão em importantes escolas do Grupo Especial. Foi assim com Alex de
Souza (atualmente no Salgueiro), Fábio Ricardo (responsável pela
Mocidade Independente para 2021), Marcus Ferreira (campeão do carnaval
com a Viradouro) e João Vitor Araújo (recentemente contratado pela São
Clemente).