O Carnaval é uma grande família que cresce a cada ano. Inspirados na Família do Samba criada por Fábio Fabato - que tem suas matriarcas, titias e primas - resolvemos ir atrás das Caçulas do Samba
Muitas escolas são criadas, a cada ano, com o sonho de um dia pisar forte na Avenida, seja no Rio, seja em Sampa, mas poucas sobrevivem às adversidades que o carnaval dos grupos menores sofrem e chegam até o panteon da festa. Trazemos pra vocês a escola mais nova do Especial, a Acadêmicos do Grande Rio.
"Ao passar Grande Rio, seu cantar me faz sonhar..."
A Tricolor da Baixada, fundada no dia 22 de setembro de 1988, foi batizada como Acadêmicos de Duque de Caxias. Registrada na Associação de Escolas de Samba do RJ, começaria a desfilar no ano seguinte pelo último grupo, entretanto uma jogada de camisa 10 do recém-eleito presidente Milton Perácio fez com que a agremiação se fundisse com a Unidos do Grande Rio, que disputava o segundo grupo. Com a fusão, nasceu, oficialmente, a nova escola.
A Acadêmicos do Grande Rio disputa o carnaval carioca desde 1989, ascendendo ao Especial primeiro em 1990 e depois em 1992, de onde nunca mais saiu. Seus melhores resultados são três vice-campeonatos (2006, 2007 e 2010). Um de seus maiores trunfos é a Bateria Invocada, comandada pelo mestre Thiago Diogo que já foi triplamente premiada com o Estandarte de Ouro (1996, 1999 e 2005), quando seu mestre era o grande Odilon. Várias famosas reinaram a frente dos ritmistas como Paola Oliveira, Suzana Vieira e, atualmente, Paloma Bernardi Seu atual intérprete é detentor de um Estandarte, trata-se de EI, PSIU Emerson Dias, uma das gratas surpresas dos últimos anos. O jovem cantor era apoio no carro de som, cria da escola, e estreou no carnaval em 2013.
Uma "pequena" história de grandes momentos da Grande Rio:
A começar pela década de 90, quando ainda era novata e se destacou pela qualidade dos seus sambas. Com atenção especial para a temática afro, em 1992, que deu o título do acesso, e 1994. Anos depois, em 1997 e 98, elas apresentaria outras elogiadas como os enredos sobre o Brasil Espanhol e o linha ferroviária Madeira Mamoré. Anos mais tarde, a escola teve a honra de ter carnavais assinados pelo genial Joãosinho Trinta. Depois de um temporada na Viradouro, o artista assinou seu primeiro trabalho na GR, em 2001, quando fez o homem voar na Sapucaí, momento marcante no desfile "Gentileza "X" - O profeta do fogo", que tratava de José Datrino, o profeta Gentileza. Seu reinado durou até 2004 e polêmico desfile sobre a camisinha, tendo como melhor posição o terceiro lugar em 2003 com o desfile em homenagem à Vale.
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O homem pode voar! |
Depois de Joãosinho, iniciou-se uma nova era na tricolor. Lá se foram mais quatro carnavais, desta vez com o polonês Roberto Szaniecki, que retornava a escola após nove anos. Sua segunda passagem é tida como um dos momentos de maior sucesso da escola, quando foram conquistados dois terceiros lugares e dois vice-campeonatos. Como se esquecer da grandiosa apresentação de 2006 - que a escola viu escorrer os títulos pelos dedos?
Logo após saída do polonês, Cahê Rodrigues saiu de uma bela apresentação da Portela para assinar grandes desfiles na escola de Caxias. Com destaque para o vice-campeonato em 2010, com uma apresentação em homenagem aos 25 anos de sambódromo. No ano seguinte, uma grande tragédia marcaria as páginas da escola: o incêndio à Cidade do Samba, quando ela, Portela e União da Ilha tiveram seus barracões atingidos pelo fogo e todo o trabalho foi perdido a um mês do desfile. A tricolor foi a maior atingida e perdeu todo seu carnaval, entre fantasias e alegorias. Unida, a escola entrou na Avenida debaixo de chuva, fantasiada e com os oito carros prometidos para o desfile, sem tanto luxo, mas com espírito de superação.
Logo após saída do polonês, Cahê Rodrigues saiu de uma bela apresentação da Portela para assinar grandes desfiles na escola de Caxias. Com destaque para o vice-campeonato em 2010, com uma apresentação em homenagem aos 25 anos de sambódromo. No ano seguinte, uma grande tragédia marcaria as páginas da escola: o incêndio à Cidade do Samba, quando ela, Portela e União da Ilha tiveram seus barracões atingidos pelo fogo e todo o trabalho foi perdido a um mês do desfile. A tricolor foi a maior atingida e perdeu todo seu carnaval, entre fantasias e alegorias. Unida, a escola entrou na Avenida debaixo de chuva, fantasiada e com os oito carros prometidos para o desfile, sem tanto luxo, mas com espírito de superação.
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Parte da comissão de frente e do abre-alas do, mais que emocionante, desfile de 2011 |
Para 2017, a caxiense de 28 anos promete levantar poeira com o enredo "Ivete do rio ao Rio", que homenageia a grande cantora baiana. O carnavalesco responsável é Fabinho, que comanda a escola desde 2014. Será que a virgem Iracema perderá para a virgem caxiense!? Ba dum tsss
Vale destacar também as jovens escolas dos outros grupos cariocas. Na Série A, temos Inocentes de Belford Roxo, a Caçulinha da Baixada, e União do Parque Curicica com 23 anos, além de Renascer de Jacarepaguá e Alegria da Zona Sul, ambas com 24 anos de existência.