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Carnavalize

 



Quanta bravura cabe no coração de um homem?
Venceu a dor e o sofrimento para se tornar lenda. 
Não tinha medo do combate, na certeza de que a vitória vem da luta. 
Sangue guerreiro, instrumento da justiça. Herdeiro dos inquices de Nzuzu (águas) e Nzazi (justiça), trazia em si a força de duas afluentes.
Correntes se cruzaram em uma improvável mistura: Japão e África. 
Tambores ritmados ecoando no desaguar de diferentes sabedorias ancestrais. 
Das terras de Moçambique ao sol nascente, as marés da deusa Nzuzu conduziu um de seus filhos a um lugar distante. Pelo o vai e vem das ondas, no porto de Kyoto, esse jovem guerreiro foi guiado à nação de lendários samurais.
Vinha de mares distantes, esse tal detentor de valentia, cuja tamanha força o fazia alto e soberano. Havia sido levado de sua morada por jesuítas.
Durante o caminho das águas, aprendeu uma cultura que não era sua e acumulou muitas sabedorias, para além das que já trazia de seu povo. 
O Japão daquela época tinha escasso contato com o resto do mundo, mas os bárbaros do Sul vinham de além-mar. Faziam grande estardalhaço em prol de apenas um Deus.
Em meio às peles amarelas, a negrura reluziu à luz da lua.
Lugar de grandes templos e palácios, jardins de cervejeiras e lavouras de arroz. 
Toda aquela terra tinha um senhor, conhecido como daimyô. Seu nome era Oba Nobugara, quem possuía o desejo de unificar o Japão contra um período marcado por tantas guerras civis. Para isso, precisava de nobres guerreiros. 
O líder era receptivo aos forasteiros, ofertando um Templo dos Estrangeiros como moradia. Certo dia, um alvoroço tomou conta do local: todos queriam ver o homem que brilhava ao luar. Em um lugar no qual a pele preta assusta, o filho de Nzuzu e Nzazi despertou curiosidade.
Ao encontrar uma figura tão nobre, o senhor pensou que se tratava de uma artimanha dos estrangeiros para impressioná-lo. Ordenou que banhassem o homem alto, tentando limpar sua pele. Na água, escorrendo sobre a melanina, veio, em verdade, o motivo de orgulho. Sua cor reluziu. Não havia sujeira, havia beleza. Beleza guerreira. 
Escudo próprio forjado por seus ancestrais. Sua armadura, até ali, tinha sido sua raça. 
Convencido de seu erro, Nobugara reconheceu naquele homem a potência de um guerreiro. Nasceu uma bela amizade entre dois fortes combatentes.
O daimyô, então, batizou o forasteiro filho de Nzuzu e Nzazi: Yasuke. 
Além de seu vigor físico, Yasuke se destacou por sua sabedoria e sagacidade. Alinhava corpo e mente. Com sua alma nobre em território livre, poderia ser o que quisesse. 
Tornou-se aquele que serve a um senhor, um samurai.
A lenda do guerreiro com a força de dez homens correu os sete ventos.  
Além dos combates, passou muitas tardes tomando chá em animadas e prazerosas conversas com o senhor. Tornaram-se inseparáveis. 
Mostrando-se digno, a mais nobre honraria lhe foi dada. Espada forjada no fogo.
Instrumento de justiça, nobre obá. Herdeiro da bravura de Nzazi. 
Vermelho do justiceiro na Terra do Sol Nascente.
Entre lutas e guerras, o poder do senhor Nobugara só crescia, espalhando-se por mais lugares. O nobre, contudo, não contava com a traição de um dos seus. Foi assim que teve início um grande confronto que derramou muito sangue. 
Yasuke lutou até o último momento. Porém, derrotado por uma emboscada armada em um templo, o senhor se sacrificou. Coube ao negro samurai um último ato de coragem: o de tirar a vida de seu próprio mestre, levando a valentia do seu mentor adiante. Escorreu a lágrima clara sobre a pele escura. Entregou sua espada aos traidores, vendo o templo arder em chamas. As cinzas, então, espalharam ao vento mistério e incerteza. 
Não se sabe se ele sobreviveu ou qual foi o fim que levou o lendário guerreiro. 
De certo, tamanha bravura não pode ser apenas carregada pelo vento e, por isso, diz a lenda que o espírito de Yasuke ressurge no corpo de cada jovem preto. 
Principalmente, na São Paulo onde negros e asiáticos fazem Morada.
A cidade mais japonesa fora do arquipélago oriental. E, paradoxalmente, a que também mais mata jovens negros.
Diante de um mundo em que a pele preta assusta, é necessária uma armadura de samurai para enfrentar cada dia. Samurais da Quebrada, combinados em não morrer. 
Na Mocidade Alegre, todos possuem sangue guerreiro. Vestem-se de suas armaduras; trajam suas fantasias para enfrentar mais uma luta pela vitória no Anhembi. 
Benditos, louvados sejam! Aqueles que que encaram suas batalhas, independentemente dos temores do combate.



Texto: Leonardo Antan
Criação e desenvolvimento do enredo: Jorge Silveira e Ricardo Hessez


Glossário 


Nzuzu - É a deusa banto das águas, equivalente a Yemanjá. 
Nzazi - É o deus banto da justiça, equivalente a Xangô. 
Moçambique - País africano de onde Yasuke provavelmente é originário, optou-se pela denominação moderna do território para demarcá-lo. 
Kyoto - Antiga capital do Japão na época feudal.
Daymiô - Senhores de terra do Japão feudal.
Obá - Ministro de Xangô, orixá da justiça.






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Por Redação Carnavalize


Última escola a pisar na Marquês de Sapucaí no carnaval de 2023, a Unidos do Viradouro decidiu homenagear Rosa Courana, a primeira mulher negra a escrever um livro na história do Brasil. O carnavalesco Tarcísio Zanon assinou mais um projeto na agremiação de Niterói, mas desta vez como trabalho solo. Campeão com a vermelha e branca em 2020, ele desenvolveu o enredo intitulado “Rosa Maria Egipcíaca”, que contou a vida e a obra desta personagem fascinante e ainda desconhecida por muitos.

Na abertura do desfile, a comissão de frente, comandada pelos coreógrafos Rodrigo Neri e Priscilla Mota, também conhecidos como o “Casal Segredo”, passou por diversas fases da vida de Rosa. A apresentação destacou a faceta mística da homenageada. Em determinado momento, uma ventania com petálas de rosa envolvia a personagem que representava a Santa aclamada pelo povo, que, no auge da performance, era coroada. A Viradouro talvez trouxe a melhor comissão do ano. Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Julinho e Rute, fez referência à comunidade courana. Com uma dança enérgica, eles passaram muito bem e emocionaram.

A comissão da Viradouro emocionou e foi uma das melhores do ano (Foto: Diego Mendes/Rio Carnaval)

O enredo contou com um ótimo trabalho de pesquisa e foi muito bem contado. O carnavalesco teve bastante sensibilidade na abordagem de uma personagem controversa e não caiu em lugares comuns ao falar de escravidão. O que se viu foi um passeio interessante tanto em termos narrativos quanto estéticos. A abertura da escola exibiu um trabalho ousado de cores. Cada alegoria teve uma leitura e juntas formaram um conjunto consistente e de altíssimo nível. Os figurinos também mostraram um grande trabalho cromático. A plástica da escola foi muito regular, em todos os setores. Um trabalho que consagra Tarcísio Zanon como um dos grandes talentos artísticos do carnaval carioca.

Conjunto plástico da Viradouro exibiu um grande trabalho cromático (Foto: Diego Mendes/Rio Carnaval)

A Bateria Furacão Vermelho e Branco do Mestre Ciça passou pela Sapucaí com um andamento mais pra frente, porém nem tanto quanto em anos anteriores. O samba que tem um canto um tanto quanto complicado, foi favorecido por essa redução do ritmo. A bateria veio com um ritmo médio de 144bpm e o destaque foi para a bossa do refrão de meio, em que uma ala de timbaus fazia um solo enquanto a bateria toda abaixava. A ala de chocalhos por outro lado parecia que não estava uníssona e alguns pareciam sobrar. No mais, faltou um pouco mais da ousadia do mestre neste ano, porém, no geral, foi uma apresentação sólida dos comandados de Ciça.

Com um samba bonito e abraçado pela comunidade e uma evolução também impecável, a Viradouro deve brigar pelo título.




 

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Por Redação Carnavalize


Vice-campeã do último carnaval, a Beija-Flor de Nilópolis escolheu abordar o bicentenário da Independência do Brasil de maneira crítica. Com o enredo intitulado “Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência”, os carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues procuraram questionar o caráter elitista e excludente da nossa Independência, tal como tratada nos discursos hegemônicos da “história oficial”.

Na abertura do desfile, a comissão de frente, comandada pelos coreógrafos Jorge Teixeira e Saulo Finelon, questionou os ditos heróis da Independência da história embranquecida e trouxe mensagens de protesto, exibidas por uma tela. A apresentação propunha o carnaval como responsável pela desmistificação da narrativa histórica hegemônica. A concepção era boa, mas a execução da performance, em alguns momentos, era um pouco confusa. O efeito de luz não ajudou, deixando escura demais a comissão. Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Claudinho e Selminha Sorriso, mostrou sua experiência com uma coreografia bem executada. O único “porém” foi a ligeira impressão de um desencontro em uma pegada de mão, nos primeiros módulos. Vale ressaltar que houve momentos em que o casal ficou muito tempo parado, quando poderia ter aproveitado melhor o tempo.

Bela indumentária do experiente casal (Foto: Diego Mendes/Rio Carnaval)

O enredo trouxe uma proposta provocadora. O que se viu foi uma escola contestadora, que passeou pelas revoltas e movimentos populares e tentou dar protagonismo aos excluídos. A linguagem do desfile, em termos visuais, também foi provocadora. Foi percebida uma estética de passeata em alguns setores. O abre-alas sofreu com um princípio de incêndio na entrada e o segundo chassi acabou passando apagado. Chamou a atenção a grande mescla de alegorias e tripés. O conjunto de figurinos apostou tanto em fantasias mais tradicionais quanto em outras com leitura mais arrojada, utilizando materiais alternativos. Visualmente, a escola se destacou pela abertura e perdeu um pouco do impacto no final.
Abertura da escola impactou (Foto: Diego Mendes/Rio Carnaval)

A Bateria Soberana, dos Mestres Rodney e Plínio fez um desfile com várias bossas e arranjos em cima da melodia do samba, mas nada muito extraordinário. Com o seu andamento característico de não ser uma bateria muito pra frente, o samba, que é um dos melhores da safra e foi interpretado por Neguinho e Ludmilla, rendeu bem e deixou Nilópolis cantar bastante. Destaque para a ala de tamborins, para as caixas tocando firme e as frigideiras e entrando na hora certa da melodia do samba. A escola foi mais uma em que o som da avenida atravessou e em certos momentos pareceu atrapalhar a bateria. No geral, foi uma apresentação sólida.

Com um chão muito forte em termos de canto e erros pontuais de evolução, a Beija-Flor deve brigar por boas posições.


 

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Por Redação Carnavalize


Desafiando a tradicional dicotomia entre bem e mal, a Imperatriz Leopoldinense escolheu como enredo a saga de um personagem que não pode ser simplesmente classificado como herói ou vilão. O carnavalesco da agremiação, Leandro Vieira, decidiu falar de Lampião ao assinar o enredo intitulado “O aperreio do cabra que o Excomungado tratou com má-querença e o Santíssimo não deu guarida”. Ele apostou em uma narrativa delirante na qual o Rei do Cangaço, depois de morrer, vai ao Inferno e é barrado pelo Diabo. Em seguida, tenta ir para o Céu e é novamente impedido de entrar.

Na abertura do desfile, a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Marcelo Misailidis, trouxe, com contornos lúdicos, cenas de Lampião e seu bando, apostando na teatralização. A apresentação propiciou uma boa leitura do enredo e se mostrou bastante correta em termos de execução da performance. Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, voltou a dançar junto e se entendeu muito bem. Eles ostentaram uma bela indumentária em tons alaranjados, fazendo referência a Lampião e Maria Bonita. Diante dos primeiros módulos, o casal fez uma apresentação correta, mas poderia ter exibido maior fluidez.

Detalhes da comissão de frente (Foto: Vítor Melo)


Indumentária do casal era belíssima (Foto: Vítor Melo)

O enredo foi desenvolvido de maneira primorosa por Leandro Vieira, se mostrando muito claro e coeso. Uma história delirante e deliciosamente brasileira e nordestina rendeu um visual à altura. O conjunto plástico era de excelência e requinte, com destaque para o trabalho de pintura de arte em cada alegoria, para o trabalho cromático e para um conjunto de figurinos extremamente competente, bem solucionado e que manteve o nível elevado em cada setor.

O Mestre Lolo, em mais um ano à frente da Swing da Leopoldina, mostrou um trabalho incrível e deu toda a sustentação para que o bom samba da escola rendesse o esperado na avenida. Com um andamento animado, mas sem correria, a bateria brincou na avenida e apresentou várias bossas muito criativas e empolgou a Sapucaí. O momento alto foi a bossa que começa com um xote na parte do “pelos campos do sertão vagueia”, passa por um forró no meio e vai até o final do refrão da cabeça do samba “eis o destino do valente Lampião!”, chocalhos bem valentes, tamborins com desenhos bem em cima do samba e as marcações bem pesadas que são características do trabalho de Lolo. Outro ponto alto foi a tabelinha entre Pitty de Menezes e a bateria. Perfeitamente alinhados, deram show. Excelente apresentação da bateria!

Com uma evolução fluida, solta e vibrante, a Imperatriz mostrou as credenciais para brigar pelo título. 




 

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Por Redação Carnavalize


Apostando no retorno do carnavalesco Paulo Barros, a Unidos de Vila Isabel decidiu levar as festas à Marquês de Sapucaí. Terceira escola a desfilar na segunda noite, a azul e branco preparou o enredo intitulado “Nessa festa, eu levo fé!”, que passeou por diversas celebrações, especialmente as de caráter religioso, que mobilizam o povo. O objetivo da agremiação foi apresentar uma temática com apelo popular e fazer de seu cortejo uma grande e animada festa.

Na abertura do desfile, a comissão de frente, comandada pelos coreógrafos Alex Neoral e Márcio Jahú, trouxe uma representação do deus Baco, que se transformava em Momo. Apostando na fórmula dos truques, a apresentação teve uma execução correta e cumpriu o seu papel. Como outras escolas, a Vila também decidiu trazer um imenso tripé, que parecia uma alegoria e se mostrou dispensável. Em seguida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas, trocou de roupa na avenida, com intervenção dos guardiões. Apesar de excelente na coreografia, o casal foi ofuscado pela cena à qual foi submetido. O pavilhão ficou de lado diante do show almejado pela proposta do carnavalesco.

Detalhes da comissão da escola (Foto: Vítor Melo)

O desenvolvimento do enredo consistiu em um passeio apenas temático pelas festas de fé, se tornando genérico. Apesar disso, o visual da escola se mostrou muito competente. O conjunto alegórico trouxe efeitos bem colocados, além de ser bastante coeso. As alegorias passaram bem decoradas e eram volumosas. Os figurinos apresentaram um excelente trabalho de cor e volumetria. Foi um trabalho bastante preciso e inspirado de Paulo Barros, o que não era visto há alguns anos. 

O samba-enredo interpretado por Tinga rendeu e foi abraçado pela comunidade. A Swingueira de Noel do Mestre Macaco Branco simplesmente passou impecável e armou um arraiá no meio da Marquês de Sapucaí. Com um andamento um pouco mais pra frente do que o habitual, pra poder dar um levante no samba, que também não era um dos mais aclamados da safra, o resultado foi duplamente perfeito. O samba animou e a bateria sustentou a sua cadência até o final. Destaques para o naipe de caixas e repiques que deram a base pra todos os outros naipes realizarem seu trabalho. Chocalhos e tamborins, perfeitamente desenhados. A bossa do Galope fez todo mundo pular fogueira e a escola terminar sua apresentação de maneira perfeita!

Bateria foi um dos destaques do cortejo da Vila (Foto: Vítor Melo)

Com um canto forte e uma evolução sem perrengues, a Vila Isabel se credenciou para brigar pelas primeiras colocações.




 

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Por Redação Carnavalize


Celebrando o próprio centenário, a Portela apostou na emoção ao revisitar a sua história e homenagear ilustres personagens portelenses. A maior campeã do carnaval carioca trouxe o enredo intitulado “O azul que vem do infinito”, desenvolvido pela dupla de carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage, que assinaram o terceiro desfile consecutivo na Águia Altaneira.

Na abertura do cortejo comemorativo, a comissão de frente, comandada pelos coreógrafos Leo Senna e Kelly Siqueira, apresentou os momentos de inspiração de Paulo, Caetano e Rufino à criação da Portela e de seus símbolos, as cores do pavilhão e a Águia. No geral, a performance foi competente e o corpo de baile dançou muito bem no chão. O ponto negativo foi um tripé um pouco “trambolhoso”, que dificultava a visão da apresentação pelo público. Em seguida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Marlon Lamar e Lucinha Nobre, representou os seus antecessores no quesito. A indumentária dos dois era lindíssima e a coreografia criativa e muito bem executada. Infelizmente, a porta-bandeira acabou perdendo sua peruca no módulo do setor 6 e terminou o cortejo sem a mesma.

A Comissão de Frente foi um ponto positivo do cortejo portelense (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval)

O desenvolvimento do enredo consistiu basicamente em uma enumeração de desfiles da Portela, com as alas abordando apresentações históricas. A abertura do desfile funcionou bem, trazendo um abre-alas imponente. Contudo, o nível da primeira alegoria não foi acompanhado pelas seguintes. Várias passaram com problemas de acabamento e forração, deixando a desejar quanto à qualidade do esmero e na concepção. Os figurinos eram regulares e não devem comprometer. A aposta foi em um conjunto nostálgico, que explorou principalmente o azul e branco. 

Abertura do desfile comemorativo (Foto: Diego Mendes/Rio Carnaval)

A Tabajara do Samba do Mestre Nilo Sérgio veio no linho e no pano pra homenagear o centenário da Portela. O samba que era um dos menos aclamados da safra, impressionantemente rendeu na avenida e grande parte disso se deve ao canto da escola e ao ritmo da bateria. Com um andamento bem cadenciado, a bateria usou da criatividade para ser mais uma bateria que subiu o Pelô com a bossa do meio de samba com o swing baiano. O naipe de caixas com seu toque característico, no entanto, deixou a desejar com alguns desencontros rítmicos no seu toque. Uma apresentação sem grandes destaques, assim como o desfile da escola.

Abrindo diversos clarões durante o cortejo, a Portela teve uma evolução desastrosa e deve brigar na parte debaixo da classificação.





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Por Redação Carnavalize


Abrindo a segunda noite de desfiles do Grupo Especial na Sapucaí, o Paraíso do Tuiuti decidiu exaltar a cultura do estado do Pará. O enredo da agremiação, intitulado “Mogangueiro da Cara Preta”, teve como ponto de partida a história em torno da chegada dos búfalos à Ilha de Marajó. A escola de São Cristóvão contou com a estreia dos carnavalescos Rosa Magalhães e João Vítor Araújo.

Na abertura do desfile, a comissão de frente, comandada pelos coreógrafos Lucas Maciel e Karina Dias, apresentou bem o enredo, representando os búfalos chegando à referida Ilha no Pará. A performance foi pertinente e correta. O único “porém” foi a utilização de um tripé excessivamente grande e que se provou dispensável. Em seguida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane, trouxe uma coreografia com alguns elementos de dança indiana, dialogando com o enredo. Isso não atrapalhou o bailado tradicional. A dupla dançou em sintonia, executando bem os movimentos propostos e utilizando com perfeição o espaço cênico.

Integrantes da Comissão de Frente da escola (Foto: Vítor Melo)

O enredo trouxe uma pesquisa histórica e contou com um desenvolvimento muito bom, com início, meio e fim. Visualmente, os carnavalescos apostaram em uma abertura imponente e em um trabalho cromático marcado pelo uso do azul e de cores cítricas, em uma combinação ousada. O tapete de cores encantou pela beleza. O conjunto alegórico era muito inspirado, sendo que cada carro tinha uma linguagem própria. Os figurinos eram corretos e bonitos, mas ficaram nítidos alguns problemas de ordem financeira, refletidos nos materiais e nas repetições das soluções. O conjunto de fantasias não comprometeu, porém poderia ser melhor.

Abertura da escola causou boa impressão (Foto: Vítor Melo)

O bom samba-enredo teve um ótimo desempenho na consistente interpretação de Wander Pires. A Supersom do Mestre Marcão deu uma sustentação rítmica perfeita para que o samba “funcionasse na avenida”. Andamento entre 139 e 140 bpm e um show de bossas apresentadas durante a apresentação. Destaque para a bossa do baião onde a ala de chocalhos simplesmente vem retomando o ritmo com muito brilho, além do desenho durante o samba que era lindo. Marcações com afinações bem graves dando um peso pra bateria que fez com que abríssemos a noite em alto nível.

A escola não teve grandes perrengues de evolução, apesar do susto para virar a última alegoria, o que acabou gerando um pequeno buraco no início da avenida. A harmonia teve altos e baixos, com alas passando bastante tímidas em termos de canto.

Com uma apresentação consistente em vários quesitos, o Tuiuti se credenciou a brigar por uma vaga nas campeãs.




 

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Por Redação Carnavalize


Encerrando a primeira noite de desfiles do Grupo Especial, a Estação Primeira de Mangueira levou à Sapucaí as diversas “Áfricas” que a Bahia recebeu historicamente e suas influências na música, na cultura, no carnaval. A verde e rosa teve a estreia da dupla de carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão, que assinou o enredo intitulado “As Áfricas que a Bahia canta”.

Na abertura do desfile, a comissão de frente, comandada pela coreógrafa Cláudia Mota, reuniu símbolos dos cortejos baianos, fruto das recriações de Áfricas promovidas pelos negros afro-brasileiros. Apesar de pertinente ao enredo e correta, a apresentação não empolgou, não tendo o efeito esperado. O tripé, que era bastante simples, não foi muito bem aproveitado. Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Matheus Olivério e Cintya Santos, dançou com perfeição, com destaque para a performance da porta-bandeira que fez do mastro e do pavilhão extensões do próprio corpo.

Estreando na verde-e-rosa, Cintya Santos teve uma grande performance (Foto: Diego Mendes/Rio Carnaval)

O desenvolvimento do enredo consistiu em um passeio histórico e temático sobre as manifestações negras presentes na Bahia, de maneira acertada e com bom trabalho de pesquisa. A abertura apostou no verde e no rosa e se destacou por sua boa volumetria, pelas composições e pelo uso de materiais, sobretudo nos dois primeiros carros. O conjunto alegórico teve momentos menos inspirados, mas terminou muito bem no último carro. As fantasias eram um pouco irregulares, com algumas soluções e materiais repetitivos. Os figurinos dos últimos setores não acompanharam o nível elevado dos primeiros. O trabalho cromático não se mostrou coeso.

Detalhes da indumentária das baianas de Mangueira (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval)

O elogiado samba-enredo interpretado por Marquinho Art’Samba e Dowglas Diniz explodiu na avenida, sendo muito cantado pela comunidade e contagiando o público. A bateria da Mangueira fez uma apresentação tecnicamente perfeita. Os comandados dos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto fizeram um desfile impecável. Um desfile recheado de bossas, baianidade e africanidade levaram as arquibancadas a loucura a cada convenção realizada. O andamento da bateria flutuou muito pouco entre 141 e 142 bpm e deu o ritmo certo pro samba que é um dos mais cantados da safra. Destaques para a ala dos timbaus que simplesmente reinou na avenida. Na bossa que começa no verso “quando a alegria invade o Pelô…”, a Bahia invade a Sapucaí e nos leva direto ao Olodum, e a ala de timbaus faz esse trabalho de maneira brilhante. E se existe o ditado que “o melhor sempre fica pro final”, a Tem Que Respeitar Meu Tamborim, última bateria da noite a se apresentar foi sem dúvidas a melhor que passou pela Sapucaí nesse primeiro dia de desfiles.

Com um chão muito forte e uma evolução perfeita e vibrante, a Mangueira se credenciou a brigar pelo título, em uma noite marcada por erros das demais agremiações.


 

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Por Redação Carnavalize


Penúltima escola a desfilar no primeiro dia do Grupo Especial, o Salgueiro contou com a estreia do carnavalesco Edson Pereira, que assinou o enredo intitulado “Delírios de um paraíso vermelho”. A agremiação apostou em uma homenagem ao inesquecível carnavalesco Joãosinho Trinta, que fez parte da história salgueirense, além de exaltar a liberdade de expressão.

Na abertura do cortejo, a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Patrick Carvalho, trouxe os mortos, reprimidos, julgados e apodrecidos sendo despertados pelo louco/gênio João. A apresentação contou com um tripé excessivamente grande, se mostrou bastante longa e apostou em alguns truques, sem grandes inovações. Apesar disso, conseguiu levantar o público. Em seguida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Sidclei Santos e Marcella Alves, ostentou uma bela indumentária e se apresentou com perfeição, cumprindo o que se espera do quesito.

Casal foi ponto alto do cortejo salgueirense (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval)
 
O enredo passeou por diversos universos temáticos, mas sem contar com uma amarração mais precisa. A escola apostou no gigantismo e trouxe uma abertura imponente. Apesar de o conjunto alegórico ser bonito e impactante, os carros não se amarraram bem, comprometendo a narrativa. Os figurinos eram requintados, com assinatura de luxo e boa volumetria. Mas faltou a impressão de um conceito no conjunto plástico como um todo. 

Plástica requintada foi destaque do Salgueiro (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval)

O samba-enredo não funcionou e, apesar de cantado pela comunidade, não conseguiu se comunicar com as arquibancadas. O cortejo foi bastante frio. A Bateria Furiosa dos Mestres Guilherme e Gustavo foi mais uma das baterias que passaram pela Sapucaí com um samba inversamente proporcional à qualidade da bateria e tiveram que tirar leite de pedra e investir na criatividade e na complexidade das bossas. Um risco pois poderia dar muito errado. No entanto, foi justamente o contrário. As bossas supercriativas, com todos os instrumentos conversando entre si, utilização de batidas nos contratempos, primeiras, segundas e terceiras marcando firme e um naipe de tamborins e chocalhos que também deram conta do recado. Por conta da correria da escola no final do desfile, a apresentação no último módulo de jurados pode talvez render algum desconto. Uma excelente apresentação da penúltima bateria da noite!

Prejudicada em evolução pelo seu gigantismo e com falha grave no quesito enredo, o Salgueiro deve brigar por uma posição intermediária.



 

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Por Redação Carnavalize


Após apresentar um elogiado cortejo no último carnaval, a Unidos da Tijuca apostou na continuidade da parceria com o carnavalesco Jack Vasconcelos, que assinou este ano o enredo intitulado “É onda que vai… É onda que vem… Serei a Baía de Todos os Santos a se mirar no samba da minha terra”. A escola do Borel levou a cultura, o misticismo, a musicalidade e os encantos da Baía de Todos os Santos, na Bahia, para a Marquês de Sapucaí.

Na abertura do desfile, a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Sérgio Lobato, fez referência à Baía de Todos os Santos. Ela trouxe uma embarcação na qual Iemanjá era elevada e alguns truques aconteciam. O acabamento do elemento cênico era simples. Haviam hastes que viravam ondas do mar, na hora do efeito principal. A comissão também usou o efeito de luzes do Sambódromo, sendo inovadora nesse sentido. A performance levantou o público. Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Matheus André e Denadir Garcia, estreou dançando junto e apresentou um bom entrosamento para um início de trabalho. Apesar de simples, a indumentária da dupla era bonita.

Detalhes da indumentária da porta-bandeira (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval)

A abertura da escola explorou os tons de azul (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval)

O enredo foi bem contado e consistiu em um passeio clássico e geográfico pela Baía de Todos os Santos. A abertura da escola foi bem bonita, trazendo a quentura da região na estética, sendo que o brilho das primeiras alas chamou a atenção. Infelizmente, os setores seguintes mostraram problemas visuais. A partir do terceiro carro, foram percebidos problemas de acabamento e forração. A última alegoria chegou a passar tombada, com a estrutura danificada. Os figurinos foram irregulares e vale mencionar o trabalho de cor que se destacou pelo uso do azul e começa muito bem, mas chega ao último setor deixando bastante a desejar.

O samba-enredo, interpretado pelos competentes Wantuir e Wic Tavares, infelizmente não rendeu tanto. A Pura Cadência do Mestre Casagrande entrou na Sapucaí e começou o desfile ativando o modo turbo! Com um pedal de 158bpm (!), o público acordou e se teletransportou prontamente para a Bahia. Mas logo após a subida da bateria, os ânimos se acalmaram e o andamento ficou em 146 bpm e  depois caiu para 143 bpm. Por conta do ritmo acelerado do início, a sustentação rítmica talvez ficou um pouco comprometida. Destaque para os tamborins e chocalhos com lindos desenhos. As bossas eram bem simples e em cima da melodia, com destaque para a executada na parte final do samba, onde tivemos um swing baiano presente,bem legal de se ouvir. Se considerar o histórico da bateria da Tijuca, essa foi uma apresentação boa, porém é uma bateria que poderia ter rendido mais.

Embora tenha se destacado, como de costume, nos quesitos de chão, a Tijuca deve brigar na parte debaixo em razão dos erros e problemas visuais.


 

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Por Redação Carnavalize


Propondo uma viagem a Caruaru, em Pernambuco, a Mocidade Independente de Padre Miguel levou para a Sapucaí a arte que vem do barro e os discípulos de Mestre Vitalino. O enredo da agremiação, intitulado “Terra de meu Céu, Estrelas de meu Chão”, foi assinado pelo carnavalesco Marcus Ferreira, que chegou à Estrela Guia de Padre Miguel para este carnaval, após uma parceria de sucesso com Tarcísio Zanon na vermelha e branca de Niterói.

Na abertura do desfile independente, a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Paulo Pinna, representou, no seio de um presépio nordestino, o nascimento de um dos mais importantes discípulos do Deus do Barro: Severino Vitalino, filho de Vitalino Pereira do Santos. A estrela da Mocidade apareceu moldada em barro. Infelizmente, o tripé da comissão teve problemas na segunda cabine, quando os integrantes tombaram e quase derrubaram o símbolo da escola. 

Em seguida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Diogo Jesus e Bruna Santos, veio muito bem vestido e dançando bem, com movimentos limpos. Contudo, na apresentação para os primeiros módulos de julgamento, a porta-bandeira acabou enrolando o pavilhão.

Bela indumentária do primeiro casal (Foto: Eduardo Hollanda/Rio Carnaval)

O desenvolvimento do enredo se deu com cada setor abordando um dos discípulos de Mestre Vitalino. A escolha dessa variedade de artistas gerou um visual também bastante diverso. Cada setor tinha uma assinatura visual e uma linguagem própria impressa nas alegorias. Ainda que o visual fosse inspirado e competente em termos de concepção, a escola teve problemas de barracão. Foram percebidos problemas de acabamento e de ornamentação em várias alegorias. Os figurinos se mostraram irregulares, no que diz respeito à execução e a utilização de materiais. No geral, o conjunto plástico deixou a desejar na parte de execução.

A Não Existe Mais Quente do Mestre Dudu já começou o desfile mostrando a que veio. Logo na primeira passada do samba. Enquanto as duas primeiras escolas iniciaram seus desfiles somente com foco no ritmo, a bateria já iniciou a apresentação com as bossas do samba que se estendia até a bossa do xote no final do samba, que inclusive foi o destaque da exibição. Tudo a ver com o enredo, e foi muito gostosa de ouvir. Com um samba bom, interpretado por Nino do Milênio, porém com uma apresentação morna, o andamento de 138bpm, poderia ser um pouco mais pra frente pra dar uma animada no desfile que, em termos de ritmo, não acendeu “a chama do braseiro” na Sapucaí.

Detalhes dos figurinos dos ritmistas (Foto: Eduardo Hollanda/Rio Carnaval)

Com um desfile morno e enfrentando problemas visuais e de pista, a Mocidade deve brigar na parte debaixo da classificação final. 


 

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Por Redação Carnavalize


Buscando o bicampeonato em 2023, a Acadêmicos do Grande Rio decidiu passear por Xerém à procura de um dos mais ilustres sambistas brasileiros. O enredo da agremiação de Caxias, intitulado “Ô Zeca, o pagode onde é que é? Andei descalço, carroça e trem, procurando por Xerém, pra te ver, pra te abraçar, pra beber e batucar!”, homenageou Zeca Pagodinho e foi desenvolvido, mais uma vez, pela dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.

Na abertura do desfile, a comissão de frente, comandada pelos coreógrafos Hélio e Beth Bejani, trouxe o encontro de malandros e cabrochas, procurando o homenageado passeando por diferentes lugares de afeto. O corpo de baile utilizou um tripé, que tinha um tapete de LED que trocava o piso, propiciando diferentes ambientações. A coreografia foi bem executada e a comissão cumpriu bem o seu papel de apresentar a escola e o enredo. Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Daniel Werneck e Taciana Couto, apresentou uma dança bem bonita e bem planejada. Infelizmente, na altura dos primeiros módulos, se verificou um desencontro ligeiro entre a dupla. Apesar disso, é preciso ressaltar a sintonia do casal.

Malandros e cabrochas da comissão de frente (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval)

O desenvolvimento do enredo consistiu em uma procura pelo homenageado, que passeou por festas de terreiro, pelo Cacique de Ramos, e por bairros do subúrbio carioca como Irajá e Del Castilho. A narrativa se mostrou uma grande exaltação da cultura suburbana do Rio de Janeiro. Tal repertório de imagens guiou o conjunto visual. O abre-alas apostou em uma bela linguagem, misturando vários São Jorges com diferentes pinturas de arte. O carro dos erês era arrojado em termos de formato e exibiu um trabalho cromático interessante. Em geral, o competente conjunto alegórico se destacou pela boa volumetria, pelo apuro de formas e pela ousadia que se materializou em uma estética que foi mais para o cartoon e para a arte pop. O conjunto plástico foi prejudicado somente pela segunda alegoria que passou apagada. Os figurinos mantiveram o alto nível do início ao fim, com excelente uso de cor e de materiais, como metalóides. 

O homenageado levantou o copo na Sapucaí (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval)

O samba-enredo passou muito bem pela Sapucaí, garantindo um desfile leve, animado e vibrante. O intérprete Evandro Malandro mostrou, mais uma vez, sua competência com um ótimo desempenho. Os integrantes abraçaram o samba e cantaram muito. A Bateria Invocada do Mestre Fafá foi a segunda a passar na Sapucaí. Como os caxienses falam: “é proibido correr em Caxias!” e com um andamento leve de 139bpm, a máxima se confirmou. Foram apresentadas 3 bossas, algumas variações melódicas com os surdos de primeira e segunda e o destaque fica pra bossa em que a bateria faz uma paradona e a roda de samba começou e deu a deixa pra Zeca levantar o copo para o povo brasileiro. No final do desfile, a bateria precisou correr para que a escola precisasse encerrar seu desfile a tempo e com isso, a apresentação no último módulo de jurados talvez possa ser um ponto onde a atual bateria Estandarte de Ouro possa ser penalizada.

Com uma bela e animada apresentação, mas que pecou por erros pontuais de pista como uma evolução oscilante, a Grande Rio deve brigar por uma colocação entre as seis que voltam para as Campeãs. 



 

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Por Redação Carnavalize


Primeira agremiação do Grupo Especial a pisar na Marquês de Sapucaí em 2023, o Império Serrano preparou uma homenagem a um grande ícone imperiano. Com o enredo “Lugares de Arlindo”, assinado pelo carnavalesco Alex de Souza, a verde e branca de Madureira exaltou o cantor e compositor Arlindo Cruz. Apostando principalmente na emoção, a Serrinha buscou se consolidar novamente no grupo principal do carnaval carioca.

Na abertura do cortejo, a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Júnior Scapin, trouxe um ritual de cura e axé, realizado aos pés da tamarineira, no terreiro de vovó Maria, fundadora e benzedeira do Império Serrano. O homenageado foi representado na performance pelo seu filho Arlindinho. Com grande simbolismo e apelando à emoção e à tradição imperiana, a comissão comoveu e se comunicou com o público.

Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Marlon Flores e Danielle Nascimento, ostentou uma lindíssima indumentária, nas cores da escola. Infelizmente, no primeiro módulo de julgamento, foram percebidos problemas na apresentação. O giro da porta-bandeira não se desenvolveu tão bem e a bandeira acabou enrolando bem diante do módulo duplo. Mais adiante, a intercorrência com o pavilhão voltou a se repetir.

O enredo contou com um desenvolvimento burocrático, de modo que as escolhas narrativas não surpreenderam para além dos lugares mais comuns. A assinatura de requinte característica do carnavalesco foi vista na plástica da escola, que apostou no gigantismo. O abre-alas era imponente, mas passou com problemas pontuais de acabamento. O conjunto alegórico trouxe signos bastante genéricos, não aprofundando o enredo e tentando criar particularidades. Faltou uma melhor ambientação ao enredo. O destaque positivo ficou por conta do terceiro carro, que teve um excelente trabalho de luz e de pintura de arte. O último carro, com o homenageado, foi o que mais gerou repercussão entre o público. Os figurinos tinham boa volumetria, mas os costeiros pecaram pelas soluções repetitivas. Sobre a cromática, o trabalho de cor valorizou os tons de verde, que foi utilizado de maneira excessiva.

Detalhes do conjunto visual do Império (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval)


Plástica teve a assinatura de requinte do carnavalesco (Foto: Vítor Melo/Rio Carnaval)

O samba-enredo interpretado por Ito Melodia se mostrou de qualidade, mas não rendeu tanto. O canto da escola deixou um pouco a desejar, com alas passando sem cantar. A bateria do Mestre Vitinho iniciou os desfiles do grupo especial colocando a régua lá em cima. Ousado como sempre, junto de seus ritmistas da Sinfônica do Samba, ele abusou das bossas complexas que lhe são características. Durante o início do desfile, foco total no ritmo. Andamento em 142bpm dando a cadência necessária pro samba render, sem correria, sem ser lento demais. Após a saída do box, abriu a caixa de paradinhas. Na bossa da cabeça, iniciou a roda de samba no meio da avenida. Destaque para a bossa com o adarrum pra Ogum que apareceu na parte final do samba. Todos os instrumentos conversando entre si, agogôs tocando firme com um desenho lindo e que é a marca dessa bateria.

Com uma evolução correta, porém irregular em termos de vibração, durante o cortejo, o Império Serrano se credenciou a garantir a permanência no grupo, dependendo de como passarem as demais agremiações. 





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Por Redação Carnavalize


Celebrando 30 anos de fundação, a Caçulinha da Baixada encerrou os desfiles da Série Ouro de 2023. O enredo da Inocentes, intitulado “Mulheres de Barro”, trouxe à Sapucaí um patrimônio cultural imaterial do Brasil: o saber ancestral das Paneleiras de Goiabeiras. O carnavalesco da agremiação de Belford Roxo, Lucas Milato, decidiu abordar o ofício das artesãs capixabas que dominam a técnica, passada de geração em geração, de confecção de panelas de barro, em Vitória.

Na abertura do desfile, a comissão de frente, comandada pela coreógrafa Juliana Frathane, retratou o mito da criação do homem na tradição guarani, exaltando o barro, elemento do qual são feitas as panelas, como matéria inicial da existência. Apesar de correta, a apresentação não contou com um grande momento e não conseguiu se comunicar com o público da Sapucaí. O elemento cênico não teve uma função muito relevante para o número, apenas passando.

Na sequência, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Matheus Machado e Jaçanã Ribeiro, se apresentou muito bem vestido, com uma fantasia dourada refletindo a luz do dia. Dançando junta pela primeira vez, a dupla se mostrou competente, em que pese tenha sido perceptível, no primeiro módulo, a condução um pouco brusca do pavilhão em certo momento e um aparente desconforto da porta-bandeira com o mastro.

O pertinente enredo foi bem desenvolvido e se materializou em um conjunto visual coerente, apostando nos tons terrosos. A paleta de cores, contudo, passeou desses tons até outros mais vivos. Infelizmente, o conjunto plástico não funcionou tanto, inclusive pelo horário em que a agremiação desfilou, já com o céu totalmente claro. Os figurinos eram funcionais, mas não geraram o impacto visual esperado. O conjunto alegórico da escola teve altos e baixos, com destaque para os problemas de acabamento do último carro.
A ancestralidade foi elemento presente no visual da escola (Foto: Beatriz Freire)

O contraste entre tonalidades foi explorado no conjunto plástico (Foto: Thomas Reis)

O samba-enredo interpretado por Thiago Britto foi um ponto alto do desfile, mostrando um desempenho satisfatório. O canto da escola foi prejudicado pelo cansaço dos componentes, que entraram na avenida com grande atraso, e por uma Sapucaí já esvaziada. O horário do desfile não contribuiu com a escola. A bateria do mestre Juninho não enfrentou contratempos e teve um bom desempenho.

Considerando o impacto de sua entrada tardia na Sapucaí sobre alguns quesitos, a Inocentes deve disputar uma posição intermediária. 



 

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