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Carnavalize


Por Juliana Yamamoto

O quadro “Quase uma repórter” está de volta ao Carnavalize. O carnaval 2020 já está batendo na porta e para esquentarmos os tamborins, o entrevistado de hoje é um dos grandes compositores do carnaval de São Paulo: Aquiles da Vila.

Aquiles iniciou sua trajetória como compositor em 2002, na X-9 Paulistana. Depois disso, nunca mais parou, e assim começou a colecionar vitórias na ‘terra da garoa’, principalmente na Rosas de Ouro.

Nessa entrevista pode-se conhecer um pouco de sua história no carnaval, seus sambas favoritos, entender como um samba é composto, bem como sua opinião acerca da nova forma de eliminatórias e a polêmica encomenda de samba-enredo. Confira abaixo:


Carnavalize: Gostaria que você contasse um pouco da sua história no carnaval. Onde começou e como surgiu o interesse em compor sambas de enredo?

Aquiles da Vila: Nasci na Vila Sá Barbosa, uma vila residencial próxima à Avenida Tiradentes, que naquela época era o palco dos desfiles de carnaval. Toda aquela atmosfera fazia parte da minha vida e, assim, foram dados os primeiros passos, como platéia. Na adolescência, comecei a me interessar por música em geral, sobretudo o gênero samba e pelas escolas de samba. Em paralelo, fui assíduo frequentador dos tradicionais bailes de carnaval, o que também contribui com minha formação como sambista. Logo, procurei me aproximar das escolas de samba, e a convite de um amigo, em 2001, fui torcer para o samba dele que concorria na X-9 Paulistana. No ano seguinte, 2002, já migrei para a parceria e concorri na minha primeira eliminatória. Eram 32 sambas e ficamos em sexto lugar.


Carnavalize: Você é um compositor muito famoso na cidade de São Paulo, com vários sambas campeões na trajetória. Existe uma “fórmula” para o sucesso em escrever um samba-enredo?

Aquiles: Eu aprendi com o tempo que um bom samba-enredo é aquele que vai além da sinopse criada pela carnavalesco. Ir além significa propor novos insumos para o desfile. A música - letra e melodia - deve se sobrepor, surpreendendo a plástica da escola, uma vez que o carnaval é audiovisual.


Carnavalize: Para o carnaval 2020, teremos dois sambas seus na Avenida, Dragões da Real e Rosas de Ouro. Como foram as disputas nessas escolas e o que esses sambas representam para você?

Aquiles: Estamos falando de duas escolas que estão sempre brigando pelo título do carnaval. Dessa forma, fica explícita a dificuldade de vencer um samba-enredo. Quanto ao sambas, são temas completamente diferentes, mas ambos possuem um fio condutor que é o ser humano. O enredo da Rosas de Ouro, apesar de parecer tecnológico, é extremamente humano, uma vez que um pequeno robô questiona o futuro da humanidade. Já a Dragões, aborda a cura através do sorriso. São sambas emotivos, mas com pitadas de irreverência onde os enredos pedem. 


Carnavalize: Agora, vamos falar um pouco sobre o processo de composição de samba-enredo. Poderia explicar melhor como funciona a composição de um samba? Desde a explanação do sinopse do enredo pelo carnavalesco, até o momento das reuniões entre o grupo de compositores, a gravação e as eliminatórias?

Aquiles: O carnaval está pronto no papel, feito um projeto de arquitetura, desde abril, maio... É feita uma sinopse que somada a explanação do carnavalesco dá aos compositores insumos para o desenvolvimento. Eu costumo ler a sinopse inúmeras vezes, e depois deixo-a de lado. Com o tempo, tudo aquilo começa a brotar dentro de mim… Muitas vezes parto de letra, sem melodia alguma. Outras, já existe uma melodia que julgamos interessante para o trecho do enredo, e aí há o mágico trabalho de encaixar a letra. Assim seguimos e quando o samba está pronto, partimos para o estúdio, onde gravamos o samba com todas as ferramentas possíveis, para mostrarmos nossa obra da melhor forma.

Aquiles da Vila, desfilando pela Unidos de Vila Maria em 2019


Carnavalize: Qual a sua opinião sobre o novo formato que algumas escolas estão adotando para as eliminatórias de samba-enredo visando diminuir os custos para os compositores?

Aquiles: Para o compositor, com relação a custos, o formato de CD (trata-se de disputa fechada, com audição pelo CD entregue pelas parcerias), de fato é menos oneroso. Para a escola, creio que perde-se financeiramente e em relação à participação da comunidade na escolha do samba propriamente. De qualquer forma, o importante é a escola escolher o que é melhor para o projeto daquele ano. Para isso, se faz necessário uma comissão julgadora capacitada.



Carnavalize: Pra você, qual é o modelo ideal para as eliminatórias de samba-enredo que ajudam os compositores e também as escolas?

Aquiles: O modelo ideal é aquele que respeita o compositor, e sobretudo trata a música com carinho. Samba-enredo é o quesito mais democrático da escola, por isso deve ser escolhido com muita categoria e responsabilidade.


Carnavalize: O que você acha de algumas agremiações encomendarem seus sambas para um grupo de compositores específicos? Você é a favor ou contra a encomenda de sambas-enredos?

Aquiles: Acho super válido, desde que a escola tenha competência e sabedoria para escolher. Não importa o formato da escolha. Como eu sempre digo, as safras, via de regra, são muito boas. Difícil mesmo é a colheita


Carnavalize: Você possui o costume de acompanhar as escolas onde seu samba se consagra campeão, nos ensaios e eventos? Como costuma ser sua relação com elas?

Aquiles: Sempre! Vou aos ensaios e até no barracão. Nesse, costumo inclusive colaborar com um lanchinho e refrigerantes. Acho que isso faz toda a diferença, afinal sou parte interessada no projeto.


Carnavalize: De tantos sambas que compôs, tem algum que é mais especial pra você, que possui lembranças marcantes? (Não precisa ser necessariamente um samba que venceu).

Aquiles: X-9 Paulistana 2006 e Mocidade Alegre 2016. Perdi, mas são sambas que até hoje são muito comentados e lamentados. O de 2006 me colocou no cenário. O de 2016 ganhou um corpo além, devido ao fato de ser um samba muito diferente ao que estava acostumado a fazer. Esse nos colocou em outro patamar de composição. E também Rosas de Ouro 2017, um dos sambas com mais efeitos positivos de desfile, sobretudo pelas dificuldades que a escola vinha passando. O samba já vinha se mostrando forte desde as eliminatórias, mas no dia do desfile tomou uma proporção muito grande.


Carnavalize: Para finalizar Aquiles, qual samba-enredo de 2020 (tirando os seus) te encanta mais e por quê?

Aquiles: Tenho um carinho especial por dois sambas cariocas: Unidos da Tijuca, pela delicadeza da letra e a inovadora melodia. Essa samba me emociona; Estação Primeira de Mangueira, pelo ousado tema e pela forma como os compositores o abordaram. É mais que um samba. É uma causa!
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Foto: Felipe Araújo/LigaSP
Por Juliana Yamamoto
As escolas de samba fizeram um grande show na Fábrica do Samba e mostraram sua garra e potencial, rumo ao carnaval 2020.

No dia 7 (sábado), foi realizada na Fábrica do Samba a festa de lançamento do CD de samba-enredo do Grupo Especial, Acesso I e Acesso II. Com uma grande estrutura e transmissão ao vivo no Facebook, a Liga Das Escolas de Samba de São Paulo apostou novamente no evento que é um grande espetáculo e atrativo de muitos foliões.


No Grupo de Acesso, quatro escolas se destacaram em suas apresentações: Mocidade Unida da Mooca, Acadêmicos do Tucuruvi, Camisa Verde e Branco e Vai-Vai.

Foto: Felipe Araújo/LigaSP
A Mocidade Unida da Mooca, que vem para o seu segundo ano no Grupo de Acesso, usou a força do seu samba-enredo e da sua comunidade para brilhar na Fábrica. Com uma apresentação forte e constante do início ao fim, a escola mostrou que quer alçar voos maiores e chegar no Grupo Especial. Antes de iniciar, a agremiação entrou com uma enorme placa com a escrita “Vidas Negras importam”, causando um forte impacto nos que estavam presentes.

Os principais destaques durante a apresentação foram a sua dupla de intérpretes Clayton Reis e Gui Cruz, que mostrou muito entrosamento e interagiu fortemente com a comunidade. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Jeff e Janny, evidenciou porque são uns dos melhores casais de São Paulo, com um bailado elegante e uma dança harmônica. A comunidade também fez sua parte cantando o samba com muita força.

Foto: Felipe Araújo/LigaSP
O Acadêmicos do Tucuruvi irá fazer uma homenagem a Chico Anysio no carnaval 2020 e sonha em retornar ao Especial. Sua apresentação na Fábrica do Samba mostrou uma escola organizada e empenhada em voltar ao principal Grupo.

Um dos principais destaques foi o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Luan e Waleska. Luan irá estrear na escola ao lado da porta-bandeira e apesar de poucas semanas juntos, já mostraram muita elegância e sincronia na sua dança. Outro ponto positivo foi a bateria do Zaca que abrilhantou o andamento do samba-enredo.

A comissão de frente fantasiada com os principais personagens vividos pelo artista Chico Anysio foi outro ponto alto. Pode-se ver uma escola leve e muito feliz para o carnaval 2020.

Foto: Felipe Araújo/LigaSP
O Camisa Verde e Branco fará uma homenagem ao artista Carlinhos Brown e mostrou que apesar dos resultados negativos em 2018 e 2019, não se abalou e vem forte para o próximo carnaval. Com uma apresentação constante, pode-se enxergar uma comunidade contente e que cantava o samba com muita empolgação.

Um dos destaques foi a Furiosa, comandada pelo Mestre Marcão, que ousou nas bossas durante a sua apresentação. Além disso, o bom rendimento do samba-enredo ajudou no canto e evolução do Trevo da Barra Funda.

Foto: Felipe Araújo/LigaSP
A maior campeã do carnaval de São Paulo encerrou as apresentações do Grupo de Acesso na festa mostrando a força e grandeza da sua comunidade. Os principais destaques do Vai-Vai foram o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Pingo e Paulinha, que esbanjou elegância e muito amor ao pavilhão. A bateria Pegada de Macaco comandada pelo Mestre Tadeu mostrou um bom andamento e ajudou no rendimento do samba-enredo, esse que teve o canto forte de seus componentes para alavancá-lo.


Já no Grupo Especial, viu-se uma regularidade entre as apresentações, mostrando que será um ano bastante disputado.

Foto: Felipe Araújo/LigaSP
A vice-campeã Dragões da Real levou um grande contingente para a Fábrica e mostrou porque é uma das escolas em constante crescimento. O samba-enredo, composto por Aquiles da Vila e parceria, foi um dos pontos altos da apresentação. O refrão principal, fácil de cantar, caiu na boca dos foliões em poucos minutos. O canto da comunidade era evidente e muito forte. Além disso, os componentes pulavam e se divertiam.

Outro ponto positivo foi a bateria que ousou em bossas e contribuiu para o bom andamento do samba-enredo. O apelido “comunidade de gente feliz” fez jus à apresentação da agremiação da Vila Anastácio, que vem forte para o seu primeiro título.

Foto: Felipe Araújo/LigaSP
Mancha Verde, a atual campeã do carnaval de São Paulo, exibiu sua força na disputa pelo bicampeonato. Com um grande contingente e todos os componentes fantasiados, a agremiação se destacou pelo forte canto da comunidade do início ao fim.

A Puro Balanço, comandada pelo mestre Guma, que irá para o seu primeiro ano na verde e branco, apresentou um bom entrosamento e andamento. Outro ponto positivo foi o carro de som liderado pelo intérprete Fredy Vianna, que a cada carnaval cria uma identificação cada vez maior com a Mancha Verde, sempre procurando tirar o melhor de cada samba-enredo.

Foto: Felipe Araújo/LigaSP
O Acadêmicos do Tatuapé, que para o carnaval de 2020 levará a história da cidade de Atibaia, mostrou que está trilhando com sabedoria os caminhos em busca do seu terceiro título. Com um grande contingente, a agremiação novamente mostrou um dos seus maiores pilares: a força da sua comunidade. O canto era constante e muito forte.

O carro de som comandado por Celsinho Mody mostrou muita harmonia e entrosamento entre os cantores e também com a bateria. Apesar do sétimo lugar, a escola da Zona Leste vem para brigar mais um ano.

Foto: Felipe Araújo/LigaSP
Com um dos melhores sambas-enredos da safra, a Mocidade Alegre fez uma grandiosa apresentação na Fábrica do Samba. A comunidade novamente deu o tom com seu canto forte.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Uilian e Karina mostraram garbo e elegância em sua dança, sendo um dos principais destaques. Uilian estreará defendendo o primeiro pavilhão ao lado de Karina. A bateria Ritmo Puro brincou com bossas e ajudou no andamento do samba que foi bem conduzido pelo intérprete Igor Sorriso e o seu time do carro de som.

A festa de lançamento do CD de samba-enredo foi e é um grande espetáculo no carnaval paulistano. Ela marca o início dos preparativos para os ensaios técnicos que começam em Janeiro no Sambódromo do Anhembi. A grade dos ensaios pode ser conferida no aqui.
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